Os últimos anos foram marcados por inúmeros avanços em toda a sociedade, inclusive no setor florestal e nas máquinas de colheita. Mas o que merece uma atenção especial das empresas são as soluções, equipamentos e ferramentas para tornar a colheita florestal sustentável.
Ao adotar práticas com maior eficiência, produtividade e segurança, é natural que a operação caminhe para um viés mais sustentável, visando o equilíbrio entre o crescimento econômico, o desenvolvimento social e o respeito aos recursos naturais.
Mas, na prática, como a sua empresa pode se preparar para contribuir para uma colheita florestal mais sustentável? Continue a leitura para descobrir!
1. Planejamento e monitoramento
Antes de iniciar a colheita florestal, é essencial realizar um planejamento detalhado. Isso inclui identificar as áreas a serem colhidas, avaliar o estoque de madeira, determinar os sistemas e métodos de colheita apropriados e estabelecer metas de sustentabilidade.
É importante também realizar um monitoramento contínuo durante o processo de colheita para garantir a conformidade com os planos estabelecidos.
2. Realização de um manejo adequado
Para uma colheita florestal mais sustentável é necessário adotar, antes de tudo, um manejo adequado das florestas, sejam elas nativas ou plantadas. O manejo responsável inclui a implantação bem executada, acompanhamento do crescimento, manutenção da diversidade biológica e adoção de técnicas operacionais conscientes e sustentáveis.
Uma prática exemplar de manejo sustentável, especialmente aplicada em florestas nativas, é o corte seletivo (ou desbaste). Essa técnica envolve a remoção criteriosa de árvores maduras e doentes, permitindo que as remanescentes tenham espaço para crescer e se desenvolver plenamente.
Além de garantir uma fonte contínua de madeira de qualidade, o desbaste seletivo promove a diversidade biológica, melhora a resiliência da floresta diante de doenças e desastres naturais, e contribui para a captura de carbono.
3. Preservação da vegetação nativa e proteção dos cursos d’água
Para minimizar o impacto sobre a flora e fauna nativas, práticas cuidadosamente planejadas devem ser seguidas durante a colheita. Neste contexto, é essencial identificar e proteger áreas de grande relevância para a conservação, como habitats de espécies ameaçadas e ecossistemas frágeis.
A aplicação de técnicas de gestão de baixo impacto, como a construção de estradas temporárias e a delimitação de zonas tampão, desempenha um papel fundamental na prevenção da erosão do solo e da poluição das águas.
Vale ressaltar que as Áreas de Proteção Permanente (APP) e as Reservas Legais requerem cuidados especiais. Essas áreas legalmente protegidas merecem atenção para evitar a supressão da vegetação nativa, fortalecendo assim o compromisso com a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável de longo prazo.
4. Redução de danos ao solo
Complementar ao item anterior, a compactação do solo e a erosão são preocupações importantes durante a colheita florestal. Para reduzir esses impactos, é necessário adotar práticas que minimizem a perturbação do solo, como a escolha e uso adequado de máquinas e equipamentos que melhorem a distribuição de pressão sobre o solo, reduzam a quantidade de deslocamento sobre o mesmo, se movimentem de maneira mais eficiente, sem derrapamentos, por exemplo.
5. Manejo dos resíduos da colheita
Uma colheita florestal sustentável requer um manejo adequado dos resíduos gerados durante o processo. Os resíduos, como folhas, galhos, ponteiras e tocos, podem ser utilizados de forma eficiente. No sistema de colheita CTL (Cut-to-Lenght), por exemplo, os resíduos permanecem no talhão, ajudando a distribuir de forma mais uniforme o peso da máquina e carga sobre o solo. Além disso, o material remanescente no solo da floresta proverá nutrientes para a próxima geração de árvores.
6. Certificações e padrões ambientais
Buscar certificações e aderir a padrões ambientais reconhecidos é uma maneira eficaz de comprovar o compromisso com a colheita florestal sustentável. Isso também pode se estender, por exemplo, para o uso de maquinários mais eficientes, econômicos e confortáveis, com a certeza de que eles seguem os princípios da produção sustentável.
A certificação é um selo verde que orienta os consumidores na escolha de produtos diferenciados e com valor agregado. Produtos certificados significam que foram produzidos obedecendo um conjunto de regras e critérios conhecidos internacionalmente, sem degradação do meio ambiente e que contribui para o desenvolvimento social e econômico das comunidades florestais.
Dentro desse tema, as certificações que mais se destacam são o FSC (Forest Stewardship Council) e o PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification, ou CERFLOR), que garantem que a extração de madeira e produtos florestais respeitem os princípios de sustentabilidade, a conservação da biodiversidade e os direitos das comunidades locais e a prática de manejo responsável.
7. Educação e treinamento
Todo o exposto até o momento pode se tornar ineficaz caso os profissionais envolvidos na colheita florestal não recebam o treinamento adequado. Seja para a tomada de decisões em distintos contextos ou para a plena compreensão do correto manuseio de cada maquinário, a capacitação é imprescindível.
O treinamento deve estar alinhado com as estratégias e sustentabilidade, sempre visando a obtenção de eficiência, com redução de custos, alta durabilidade dos equipamentos, aumento de segurança e valorização do profissional.
A colheita florestal sustentável busca equilibrar a utilização dos recursos florestais com a conservação do meio ambiente. Ao adotar essas medidas, é possível garantir a continuidade dos serviços ecossistêmicos, a conservação da biodiversidade e a proteção dos meios de subsistência das gerações atuais e futuras.
Dentre tudo o que mostramos ao longo deste artigo, um dos fatores que contribuem para uma colheita florestal mais sustentável é justamente a tecnologia. O que acha, então, de se aprofundar e entender um pouco mais sobre a colheita florestal autônoma?