Para quem trabalha no setor florestal, em especial com a colheita das florestas, o nome harvester faz parte da rotina. Afinal, essa é uma das principais máquinas empregadas nas operações de colheita mecanizada. Mas os harvesters não são todos iguais e é isso que queremos destacar neste artigo. Aliás, todo o maquinário florestal pode ter especificações de acordo com a necessidade de cada cliente, como vimos em um dos nossos artigos.
No caso dos harvesters, existem dois modelos bastante funcionais e comuns, com suas particularidades, mas impactam na produtividade e sustentabilidade da operação, por exemplo.
Entre harvesters escavadeiras e harvesters de pneus podemos citar quatro diferenças fundamentais.
1. Estrutura – nascido para colher ou aprendiz de colheita.
Se fossemos colocar os harvesters entre esses personagens: nascido para colher ou aprendiz, certamente o harvester escavadeira iria cumprir o papel de aprendiz, uma vez que essas máquinas de esteiras são originalmente fabricadas para atuar nos setores de mineração e construção civil especialmente, mas que podem ser adaptadas ao serviço florestal.
A escavadeira tem a concha substituída por um cabeçote harvester para que possa operar na colheita de florestas, além de outros ajustes necessários para a segurança adicional do operador no campo.
Já o harverster de pneus é definitivamente feito para a colheita, pois é construído com esse fim específico e geralmente feito por empresas especialistas do setor florestal, como a PONSSE, empresa que desde 1970 se dedica exclusivamente em desenvolver soluções de colheita CTL (Cut-to-Length). Em literaturas, esse tipo de harvester é denominado de purpose built, ou seja, construído para o propósito de colher florestas, neste caso.
2. Produtividade – para quem tem visão ampla
Não seria leviano dizer que quem vê mais oportunidades, melhor produz, no caso desses maquinários florestais. A visibilidade está diretamente ligada à produção.
Nos harvesters do tipo escavadeira, a visibilidade no lado da grua é bastante dificultada, enquanto nos harvesters de pneus da Ponsse, têm-se uma excelente visibilidade de toda a área de trabalho.
A limitação visual não é mero detalhe, pois impede que o harvester de esteiras aplique métodos de colheita mais efetivos (longitudinal e espinha de peixe).
Com a visibilidade ampliada e método de colheita mais efetivo, os movimentos tornam-se significativamente menores quando comparado ao método tradicional. A produtividade aumenta muito devido a redução drástica do trabalho da grua durante o processamento.
3. Flexibilidade para diversos terrenos – olha a descida!
No plano, tudo fica mais fácil. Mas o que determina o poder de flexibilidade de uma máquina florestal é justamente sua capacidade de se adaptar a qualquer terreno. E em terrenos íngremes?
Para o harvester de pneus, tá tudo bem! As máquinas de pneus oferecem melhor
estabilidade que uma máquina de esteira. Além do chassi ser tradicionalmente mais alongado, oferecendo maior estabilidade ao equipamento, o eixo do bogie sob a cabine proporciona um peso extra para melhor equilíbrio. O centro de gravidade fica mais próximo do solo se comparado ao centro de gravidade de máquinas escavadeiras.
Além da vantagem estrutural, os harvesters de pneus também oferecem maior conforto para o operador. A Ponsse oferece como opcional o sistema de suspensão ativa (Ponsse Active Frame), por exemplo.
Outro fator que diz respeito à flexibilidade está nas gruas. Máquinas de esteiras contam apenas com a opção de gruas paralelas, o que dificulta muito a operação quando comparada com os harvesters de pneus com gruas telescópicas.
4. Sustentabilidade – mais eficiência energética
Movimentos precisos, sem gastos energéticos desnecessários, implicam em uma operação mais eficiente e com menor impacto ao meio ambiente. Isso significa impacto em diversos fatores que geram uma economia considerável, como
menor consumo de combustível e óleo hidráulico, maior vida útil do equipamento e seus componentes e menos deslocamentos da máquina sobre o solo. Tudo isso reflete em uma operação mais sustentável.
Os harvesters de pneus têm mais uma vantagem na sustentabilidade, com a possibilidade de calibragem dos pneus de acordo com solo. Monitorar e regular a calibragem de forma estratégica proporciona maior tração, estabilidade e distribuem melhor o peso da máquina no solo, o que diminui bastante a compactação.
A Ponsse trabalha com um opcional para suas máquinas conhecido como TPMS, um sistema de sensores de medição de temperatura e pressão de pneus. Na cabine do equipamento, um monitor recebe as informações e detalha na tela as medidas de temperatura e pressão individualmente. O monitoramento contínuo é capaz de aumentar a segurança na operação, reduzir o consumo de combustível e aumentar a vida útil do material rodante.