De forma bastante simplista, podemos dizer que a celulose – matéria-prima responsável pela formação do papel – vem das árvores. Não somente delas, mas de forma simples podemos fazer essa afirmação. A sua extração é feita em um processo em cadeia que conhecemos no nosso artigo anterior.
Mas afinal, o que é de fato a celulose e porque ela tem tanto valor para nossa indústria? A celulose é o principal componente da parede celular das células vegetais. É o que dá rigidez para as plantas e facilmente podemos compará-la com o esqueleto humano, em proporções relativas, pois ambos têm a função de sustentação. Por isso, o convite deste artigo é para nos aprofundarmos na estrutura celular, logo conhecer os segredos mais íntimos da celulose.
Microscópio
Nada mais esclarecedor sobre a celulose do que visitar sua origem e conhecer as suas funções no ecossistema vegetal. Portanto, vamos primeiro apontar nosso microscópio para a palavra. Sim, vamos de etimologia!
Celulose se deriva da palavra célula, cuja origem latina significa “pequeno aposento”. A célula tem tudo que um organismo precisa, tem estruturas para a produção de energia, material genético que garante função reprodutiva e, claro, uma parede celular para protegê-la. Aí está nossa celulose!
Como qualquer aposento, a célula precisa de uma estrutura que lhe confira proteção e sustentação e o grande componente responsável por isso é a celulose, localizada na parede celular.
As células, entretanto, não andam só. Isto significa que é a união de várias delas que torna capaz de sustentar, por exemplo, um enorme pinheiro. No meio de tanta célula está outro composto que aparece no nosso processo industrial: a lignina. Ela é a ‘cola’ entre as paredes celulares e é quem verdadeiramente provoca essa união celular.
Em termos comparativos – e relativos também – podemos voltar à etimologia da palavra célula e imaginá-la como um pequeno aposento. A celulose são os tijolos, o cimento e todos os vergalhões que sustentam essa estrutura. Mas esse aposento faz parte de um grande complexo de moradias de um prédio. A lignina seria a responsável pela união dessas moradias, como um sindicato que mantém todos unidos por um único objetivo: a sustentação.
As fibras da celulose
É importante ressaltar que a
celulose encontrada na parede da célula vegetal não é igual em todas as plantas. Elas possuem necessidades de sustentação diferentes e, por isso, suas fibras também têm particularidades. E para cada particularidade da fibra, existe um aproveitamento da indústria. Veja:
Fibra longa – sustentação para um pack de cerveja
Encontrada em árvores coníferas, como o pinus, por exemplo, as fibras celulósicas dessas árvores são mais longas, o que confere maior resistência e por isso sendo muito usada na produção de embalagens e papel cartão. Garantir o carregamento de seis cervejas, amigo, não é para qualquer um!
Fibra curta – o básico para nosso dia a dia
Encontrada em árvores como o eucalipto, a fibra curta é usada na produção dos papéis convencionais que usamos para a impressão e também para fins de higiene. Sim, ela é responsável por nos ajudar nas necessidades básicas – e às vezes urgentes.
Tipo Fluff – especialista em absorção
É fabricada a partir da fibra longa e explorada para fins de absorção, por isso é peça-chave na produção de itens de higiene como fraldas e absorventes femininos.
As características das fibras são indicativos de como cada tipo de celulose pode ser aproveitada na indústria. Assim como cada atleta têm fibras diferentes que os ajudam no desempenho esportivo. Você sabia que as fibras musculares podem ajudar na resistência ou na explosão de energia dos esportistas? Conhecer as características das fibras podem indicar um futuro campeão em determinada modalidade.